Inflama na palma da minha mão
o peito que sobe
e que desce
(desce esvaziando as minhas certezas)
torna a me preencher as mãos
o peito que sobe
e que desce
(esvaziando o mundo - agora somos só nós dois, disse ela)
torna a me preencher os caminhos
pari passu
o beijo que sobe
e que desce
inflamado o peito estreito
a mão larga
sobre o peito
(desvanece a respiração arfante, as certezas e as certezas)
o mundo reduzido
miniaturizado em duas mãos que se tocam
(e ela sorri somos só nos dois)
desbota o negro do céu
o sol invade nosso mundo entrando pelas janelas
a luz do seu sorriso me cega, mas eu nem quero mais ver
(fecho os olhos pra beijar – feche os olhos pra ser beijada)
e nesse instante, um silêncio mortal
se apoderando de mãos e beijos
inflamados
acercando paredes e suores
decorando o ir
e vir
(e tudo ficou difuso como os mares do dilúvio
o último dia das coisas
o fim que é começo)
*Poema escrito a quatro mãos com Álisson da Hora, do Todo Anjo é Terrível
3 comentários:
Obrigado por ser minha cúmplice poética, minha linda. Amo você! =)
Lindíssimo! parabéns aos queridos envolvidos :)
"e tudo ficou difuso como os mares do dilúvio"
Terei inveja eterna deste verso, rs. Poema muito bem escrito!
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