domingo, 22 de julho de 2012

A guerra

Todos os dias quando acordo
uma nova e velha batalha se inicia
sou eu contra uma folha de papel, em branco.

Minha escrivaninha é minha trincheira
meu inimigo é tão audacioso que vem de peito aberto
conhecedor que é dos meus medos.

As batalhas incessantes já me fazem cansado
todo dia as mesmas feridas sangram
sangram em negra tinta de caneta.

Tantas batalhas já perdi que nem me lembro
tanto já sangrei que já não sei de onde vem
a força que mantém minha caneta me punho...

Na guerra das palavras quem será o vencedor?
eu? mísero soldado da poesia do amor cansado
a folha em branco, que tantos como eu já desgraçou?

Que sorte tiveram meus irmãos sobreviventes dessa guerra
Estes que hoje são meus heróis, imortais, meu consolo
que velem por mim soldado da poesia errante.

A minha guerra é contra a folha em branco
a minha arma é uma caneta que projeta palavras,
e que hoje falhou.

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