Olhava pro jardim da vida e nele via um deserto
onde as sementes jogadas não germinam.
Nenhuma flor de futuro brotara, nenhuma árvore
pra lhe oferecer abrigo ou conforto... nem raízes sequer tinha
O que se via era um vazio uma imensidão sem cor,
uma imensidão de tristeza
Um vazio ocupado por ares de incertezas
tão denso que quase se podia segurar nas mãos
As poucas vezes que se via um vestígio qualquer de luz se enchia de alegria
como criança que sorri com as cores que cintilam na poeira
Nesses raros se via cor nesse jardim, eram as cores dele,
um amor-perfeito nascido no meio do caos
Matava a sua sede bebendo das próprias lágrimas
se alimentava das suas próprias entranhas, esperanças
Sozinha em meio à esse jardim de nada ela segue
frágil, por vezes quase se vai na escuridão
Com uma meia força ela ainda persiste
na esperança de ter dias de sol...
3 comentários:
Às vezes o nada se permite registrar...
Lindo! :)
Triste, vazio:ainda assim, é ele nosso jardim, o jardim do amor-perfeito!
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